António Roma Torres


O Último Cigarro


Edições Afrontamento

2019, a editar em Abril de 2024




O ÚLTIMO CIGARRO desenvolve um dispositivo dramático que permite seguir o diálogo eterno do homem e da mulher no paraíso perdido e ainda não reencontrado, através dos personagens ficcionados, Paul, um escritor americano, e Iris, uma estudante universitária, saídos das páginas de Paul Auster (Smoke & Blue in the face, Hyoerion/Miramax, 1995) e Siri Hustved (Blindfold, Sceptre, 1993), na sala de trabalho no Brooklin, Nova Iorque, e metamorfoseando-se, em cenas em São Petersburgo, Lisboa, Marselha e Roma, no russo Mikhail Bakhtin, na alemã Hannah Arendt, na francesa Simone Weill e no italiano Roberto Rossellini e seus interlocutores, nos “tempos sombrios” de 1941/2, num momento de viragem da II Guerra Mundial, descobrindo-se ainda numa segunda linha os vultos de Lev Kuleshov e Dmitri Shostakovich, Walter Benjamin, Dietrich Bonhoeffer e Antonio Gramsci, Stefan Zweig e Bertold Brecht, até ao momento de redenção do personagem pirandelliano que Rossellini construiu como General della Rovere, interpretado por Vittorio de Sica, misturando-se nas formas da literatura, da música e do cinema, onde os manuscritos perdidos, os contos de Natal e o fumo dos cigarros confluem, como os rios por vales e montanhas alcançam o mar.